segunda-feira, 10 de dezembro de 2012





Eu não sei mais como amar
Não sei mais o que sentir
O tempo à passar
E eu ainda aqui

Um passarinho vem e um passarinho vai
O dia acaba e outra noite sai
Nenhum sorriso mais modesto
Nenhum olhar mais sincero

Tão desinteressante
Não vale mais pena
Sentimentos frustrantes
São o que me condena

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

1

Talvez fosse apenas mais um dia comum, um daqueles dias em que se sabe exatamente como começa e como termina. Por que é sempre tudo igual. Apesar de existirem pequenas surpresas da vida, como ganhar algo novo ou encontrar alguém que não vemos há tempos,  na maioria das vezes, isso não afeta o nosso cotidiano e continuamos seguindo a nossa vida, dia após dia. Porém, é certo que existe um dia, um único dia somente, em que algo acontece, e esse algo,por menor que seja, muda nossa percepção de vida para sempre. Mas como saber?




     Se eu tivesse ido à um restaurante, ao cinema ou simplesmente ido à qualquer outro lugar que não envolvesse aquela rua naquele exato horário, eu jamais o teria visto, deitado naquele chão, com sangue em toda a parte. Eu não teria tentando acordá-lo para saber se ainda estava vivo e muito menos ouvido a sua resposta. Eu não o levaria à minha casa e não teria passado minha madrugada pesquisando como poderia ajudá-lo, já que ele implorava para que eu não o levasse à um hospital. Talvez nunca tivesse sentido tanto medo em minha vida e tanta dúvida, sem saber se o que estava fazendo era certo ou errado.
        Naquele momento, porém, apesar dos medos e das incertezas que sentia, minha preocupação maior era que ele não morresse. Se eu fosse médica, ou tivesse estudado algo nessa área, talvez tivesse mais certeza sobre seu estado de saúde, mas eu não sabia nada. Apenas olhava-o, enquanto limpava aqueles cortes em seu corpo, procurando em mim mesma uma resposta para minha própria pergunta. 


- Jogue álcool...não água.

Ele murmurou com certa dificuldade, mas não demorei a obedece-lo. Corri para a cozinha e peguei um vidro de álcool. Molhei um pano e passei pelas feridas. Ele parecia não sentir nada, seu rosto se contorceu levemente, mais nada.


- E agora? - perguntei com certa esperança dele ainda estar acordado.


- Feche...todos eles. - murmurou, agora com um pouco mais de firmeza na voz.

Eu olhei para os lados, pensei nas janelas,mas elas já estavam fechadas, ao que ele se referia? 

- Todos eles...eles quem?

-Ferimentos!

Uma resposta tão óbvia!Me senti totalmente envergonhada! Peguei as gazes que estavam do meu lado,e fui fechando um a um. Eram tantos cortes. Será que ele havia sofrido uma tentativa de assalto, reagiu e levou a pior? Talvez eu devesse perguntar, ou seria muito ruim para ele me responder naquele estado? Ao menos um detalhe eu fazia questão de saber!

- Qual o seu nome? 

Mas ele não me respondeu, havia voltado a dormir.











terça-feira, 10 de abril de 2012

Nunca mais



Nunca mais
Jamais outra vez
Farei o que fez
Eu esqueci
Mas descobri
Lembranças não morrem
Vidas não correm

Nunca mais
Eu não quero mais
Eu queria
Daria a minha vida
Mas não mais
Agora eu aprendi
Nunca mais insistir

Nunca mais
Estarei aqui?
Jamais!
Estarei em paz
Em algum lugar
Onde você não irá me encontrar
Nunca mais


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Falta


Éramos eu e você
Apenas dois
Nada para dizer
Nada para depois

Éramos o Sol e a Lua
Opostos atraídos
Um ponto de fuga
Um anjo caído

Éramos...
Agora nada mais
Apenas eu
Procurando paz

domingo, 8 de abril de 2012

Aceitação


É isso, então....
Eu ficarei longe de você
Minha egoísta decisão
Para poder me proteger

De longe, eu rezarei
Esperando que tudo dê certo
De perto, me calarei
Isolando-me em meu deserto

E assim o tempo vai passar
Estarei segura em meu esconderijo
Eu dei um mapa para que você pudesse me encontrar
Mas você pegou e o jogou no lixo



Sem Você



Eu queria fingir que iria acordar com você ao meu lado
Vestindo apenas a sua pele
Eu queria acordar e não sair da cama
Eu inventaria uma conversa, uma risada...qualquer coisa
Você estaria sempre do meu lado,e eu sempre ao seu
Nada daria errado
Então eu acordo
E estou sozinha
Ninguém para ligar, ninguém me chama
Eu não posso voltar
Então sigo em frente, mantendo os olhos virados
Sempre observando ao longe
Esperando que um dia você me chame



terça-feira, 3 de abril de 2012

Marie




Eu nunca pude fazer muito por você
E nunca entendi o que realmente queria me dizer
E mesmo assim você me amou
Apesar de eu ser tudo aquilo que eu sou

Muitas vezes eu brincava
Muitas vezes eu fazia e dizia
Algumas eu brigava
E outras, simplesmente esquecia

Para você, nada disso importava
No momento em que eu chegava
Você me recebia com sua doçura
Capaz de amolecer qualquer alma dura

A delicadeza com que me tocava, jamais será esquecida
Razão da minha vida, minha maior alegria
Fique bem!
Um dia estarei com você ai também!